4º dia - Departamento de Lot - Gouffre de Padirac, Collegnes-la-Rouge e o trem

Último dia desta viagem. Tomamos nosso café da manhã na sala da casa de Anne-Marie, vendo pela janela o campo do quintal. Embarcamos no carro e tínhamos deixado para hoje visitar a Gouffre de Padirac.
A região toda é repleta de grutas e cavernas. Em Lacave mesmo há uma aberta a visitação, próximo a Saint-Cirq há a Grotte de Pech Merle e ainda a famosa caverna de Lascaux, com suas pinturas rupestres, não está tão longe assim.
Dentre tantas opções, escolhemos visitar a Gouffre de Padirac pelos seus atrativos: passear de barco em um rio subterrâneo e a riqueza de estalactites e estalagmites esculpidas pela água nos subsolos ao longo de milhares de anos. De todos os sítios que pesquisamos previamente, este foi a que mais nos impressionou. Lascaux ficará pra próxima...

O roteiro do dia então ficou o seguinte:
a) Gouffre de Padirac
b) no caminho para Brive-la-Gaillarde, pra devolver o carro e pegar o trem para Paris, dar uma paradinha em um vilarejo chamado Collonges-la-Rouge. Motivo: sele de "Les plus belles vilajes de France". Então vamos ver o que ele tem de tão especial!
Previsão de quilometragem do dia: cerca de 80 km.




O local tem estrutura turística com estacionamento amplo, fila pra comprar ingresso e tudo mais. Pegamos um dia de movimento tranquilo, sem longas esperas. A experiência foi super! Se olhar do mirante para dentro da garganta de pedra já é fantástico, imagine a sensação do primeiro estágio: a descida ao fundo da garganta, de elevador. Olhar pra cima é fantástico!

Recepção e bilheteria.

Descida de elevador : a aventura começando!

Olhando do "fundo do poço"

Bem, não pode fotografar dentro da gruta... mas aqui existem fotos muito melhores das que conseguiríamos fazer: http://www.gouffre-de-padirac.com/ Depois de descer ao fundo do poço (hehehe) percorremos um trecho a pé livremente, sem guia, até chegarmos na fila pra pegar os barcos. O passeio de barco é bem tranquilo, e bem emocionante. Depois de alguns minutos, descemos do barco e seguimos com o guia e nosso grupo percorrendo diversas salas ouvindo sobre o processo de formação daquelas esculturas milenares naturais.
O bacana de visitar esta região, pra quem não fala francês nem inglês, é que a proximidade com a fronteira da Espanha faz com que o espanhol seja uma língua bem mais presente do que, por exemplo, em Paris. Só ver alguns dos sites que colocamos links aqui, muitos tem versão em espanhol, mesmo materiais impressos... e guias.
Pra quem for com criança pequena ou bebê, nem pense em levar carrinho. Receamos carregá-lo apenas no colo, então nosso filhão foi amarrado no sling durante o percurso a pé da caverna. São vários grupos de visitação que seguem um circuito nem sempre hiper espaçoso. É preciso seguir sempre em grupo. Voltar no meio do passeio parece ser impossível. E foi demais!!!

Terminado o passeio, ficamos em dúvidas se almoçaríamos por ali ou em nossa próxima parada. Resolvemos seguir adiante, até Collognes-la-Rouge. Ao chegar, encontramos um grande estacionamento em frente a cidade... feita toda de casas vermelhas, devido ao solo da região.


Nos perdemos pelas poucas ruas do lugarejo, deslumbrados com o vermelho das pedras, com a diversas torrezinhas da arquitetura típica e algumas construções com partes desde o século XV... ou até antes.


A melhor parte é se perder naquela labirinto vermelho... e lindo demais.




Até achamos alguns restaurantes super convidativos, mas por fim encontramos um lugarzinho e compramos alguns sanduíches (que não valeram muito a pena). De olho no relógio, pegamos a estrada rumo ao final da viagem. Chegamos em Brive-la-Gaillarde em cima da hora, quase atrasados. Conseguimos entregar o carro mas tudo meio que no desespero. Pra que variar o clima do embarque da vinda, né? Bora se arriscar de novo a perder o trem...rsrsrs
Por fim deu tudo certo. Embarcamos no trem, no vagão especial para pessoas acompanhadas de crianças pequenas. A viagem seguiu tranquila. A gente revezando entre nossas poltronas e uma área com tapete onde as crianças podem brincar livremente. Neste dia só tinha a gente por ali.

Tirei a foto do corredor. Dá pra ver nossas poltronas no canto esquerdo e a área de brinquedo (com tapetinho de estradinha e almofadões pra gente se apoiar... e até deitar.
 A paisagem foi variada, com direito a campos amarelos das flores das plantações de canola e "ventiladores gigantes".


Pra passar o tempo e aproveitar toda luz e paisagem do final do dia, ainda nos deliciamos fotografando mais. Foi uma ótima viagem! A região é extremamente rica. Ficou a vontade de passear de balão, de fazer mais piqueniques, de visitar mais cavernas, mais castelos, mais igrejas, mais museus, de percorrer mais caminhos a pé, de conhecer a região pedalando como dezenas de pessoas que vimos em todas cidades e vilas (todas mesmo, até em Saint-Cirq!). Uma região maravilhosa para a qual, um dia, ainda vamos voltar!

Regendo o mundo pela janela do trem!

O melhor lugar do mundo!

O sol dourando o mundo.

O mundo dourado pra nós!


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